As ruas, praças e avenidas contam muito da história e do passado de uma cidade. Elas refletem as mudanças, os progressos e as transformações ocorridas.
São as veias e artérias nas quais passeiam nossas lembranças e nosso passado. Também são cenários das histórias vividas, das pessoas que fizeram ou participaram da história da cidade.
E isso também ocorre com as ruas de nossa Nazaré Paulista.
Nós sabemos declinar mecanicamente o nome da rua onde moramos, mas nem sempre sabemos ou conhecemos a razão ou a biografia do personagem que deu o seu nome.
Por esta razão é que iremos, abordar algumas das principais ruas da nossa cidade, uma rua de cada vez, e relatar informações sobre elas, esperando que aqueçam a curiosidade dos leitores e despertem o interesse pela memória e pela preservação da nossa história e dos ilustres nazareanos que nos antecederam e que fizeram a história de Nazaré Paulista.
Esta é uma forma de resgatar e preservar o patrimônio cultural de nossa cidade.
Faz-se necessário que o Poder Legislativo, nossa Câmara de Vereadores, ao legislar sobre denominação de ruas, o faça sempre acompanhado de dados biográficos e de informações que justifiquem e perpetuem o motivo da nomenclatura a ser dada.
As principais ruas e logradouros da nossa cidade:
1 -Rua Coronel João Rodrigues dos Santos
2 -Rua Coronel Francisco Derosa,
3 -Rua Coronel Benedito Bueno,
4 -Rua Francisco Rodrigues dos Santos
5 – Rua Padre Nicolau,
6 – Avenida Mathias Lopes,
7 – Praça Joaquim Francisco de Assis,
8 – Praça Monsenhor Afonso,
9 – Praça Presidente Dutra,
10 -Praça José Francisco Pedroso,
11 – Praça Nossa Senhora de Nazaré,
12 – Praça Álvaro Guião
13 – Avenida Vicente de Paula Penido
14 -Praça da Independência,
15 – Praça dos Expedicionários,
- RUA CORONEL JOÃO RODRIGUES DOS SANTOS
Esta é, certamente, a primeira e a principal rua da nossa cidade.
Ela era inicialmente chamada de “Rua Direita”em razão de seu traçado retilíneo que se inicia na Praça Álvaro Guião e termina na Praça Nossa Senhora de Nazaré, atrás da Igreja Matriz, limitando com a Praça Nossa Senhora de Nazaré.
-Sua oficialização se deu pela Lei Municipal nº 73, de 22 de julho de 1918, a seguir transcrita.
“A Câmara Municipal de Nazareth decreta:
Art. 1º – A Rua Direita passa a ter a denominação de Rua João Rodrigues dos Santos.
Art. 2º-Revogam-se as disposições em contrário.
Sala das Sessões, 22 de julho de 1918.”,
A indicação foi feita pelo Vereador João Antônio Pinheiro com a seguinte justificativa:
…”A Câmara Municipal de Nazareth, reunindo-se pela primeira vez após o falecimento do benemérito cidadão que foi João Rodrigues dos Santos, vem cumprir o dever de homenagear a memória do distinto Nazareano que, por várias vezes fez parte dessa Corporação e exerceu diversos cargos públicos nos quais prestou relevantes serviços a esta terra a que tanto admirava. Foi uma personificação do trabalho e da honradez; soube dignificar o alto posto de Presidente do Diretório Político de Nazareth, que mui justamente lhe fora confiado, no qual jamais deixou de trabalhar dedicadamente pelo progresso deste pedaço do Estado de São Paulo, sabendo por esta forma impor-se à estima de toda a população nazareana”…
JOÃO RODRIGUES DOS SANTOS, o “João Buava” como era conhecido, também chamado de “João Roiz dos Santos”, foi casado com Carolina Rodrigues dos Santos, tio do Padre Francisco Rodrigues dos Santos (Padre Chico), sogro do Coronel Francisco Antonio Francisco Derosa.
Foi Intendente e vereador Municipal no período de 1889 a 1902.
Presidiu a Câmara Municipal em 1901/1902.
Faleceu em julho de 1918.
2. RUA CORONEL FRANCISCO DEROSA
Ela tem início no largo da Prefeitura, Praça Joaquim Francisco de Assis, passando pelo Restaurante do Candinho e término ao se limitar com a Rua Padre Nicolau, altura do nº 321.
Era, antes desta denominação oficial, chamada de “Rua do Comércio” pois nela se encontravam os primeiros estabelecimentos comerciais; a loja de tecidos e o armazém dos “Quírici”, a “venda” e o armazém da família Hacl, Miguel e Massaud.
Efetivamente era uma das principais ruas da cidade, chegando a abrigar a antiga sede da Prefeitura Municipal, onde hoje está a Casa “Stella Modas” e a casa-escritório da Companhia Elétrica de Piracaia, antiga fornecedora de iluminação pública e de energia elétrica à cidade, aqui instalada em 1927, cujos responsáveis foram os nazareanos Clementino de Almeida Passos até 1951 e posteriormente Juvenal Ponciano de Camargo, ao qual foi dado o seu nome à rodovia SP 036, que liga Nazaré à Guarulhos.
Também nela se achava a primeira e única pensão/hotel da cidade, no antigo casarão construído em 1917, hoje em ruínas, restando somente a sua parede frontal, desapropriado pela Prefeitura, aguardando destinação para sediar repartição pública municipal. A dita “Pensão” foi gerenciada por longo tempo por Dona Sinhá, esposa do Prefeito Francisco Pinheiro, meus avós maternos, e posteriormente, pelas filhas de Sérgio Gonçalves, a Lica, a Minduca e a Lázara, todos estes citados já falecidos.
FRANCISCO ANTÔNIO DEROSA – Personagem que nenhum nazareano deve desconhecer. Coronel (posto honorífico) da antiga Guarda Nacional, italiano nascido na cidade de Verbicário, Calábria, Itália, em 21 de abril de 1863, veio para o Brasil em 1892, passou a exercer a profissão de mascate, naturalizou-se brasileiro, casou aqui em Nazaré com Ana Antônia, filha de João Rodrigues dos Santos. Não teve filhos, porém adotou uma sobrinha, Doralba, filha de seu irmão Miguel que voltou para a Itália. Doralba casou-se com Feliciano de Almeida Bueno, filho do Coronel Benedito de Almeida Bueno, outro ilustre nazareano que deu seu nome a outra rua de nossa cidade. Político hábil, inteligente, corajoso e com muita determinação, governou nossa cidade, como intendente, vereador e prefeito por longos 38 anos, ou seja, desde 1892 até 1930. Foi um político muito elogiado pelos seus companheiros de partido,
mas também muito combatido pelos seus oposicionistas do Partido Republicano dissidente. Derosa, apesar de ser fervoroso católico, ganhou forte oposição quando interditou o cemitério da Igreja, situado muito próximo da construção da Escola e sem infra estrutura adequada, sem muros, com cavalos, muares e cachorros em seu campo. Antes construiu o atual cemitério, como sendo de propriedade da Prefeitura, proibindo desde então o enterro no cemitério da Igreja, chamado de Campo Santo. Com esta proibição ganhou a reação dos republicanos opositores e também dos padres que perdiam a receita da “fabrica”. Os vigários se uniam ao Partido Republicano Dissidente e pleiteavam a reabertura do Cemitério da Igreja. Os nazareanos católicos fervorosos e crentes insistiam em enterrar os seus mortos no cemitério da Igreja como sendo condição para chegarem ao céu. Conta-se que foi necessária a intervenção policial para obrigar o enterro no novo cemitério. O Coronel Derosa, com sua força política conseguia a transferência dos padres para outras paróquias em outras cidades. Vários padres foram obrigados a deixarem a nossa paróquia e esta ficou fechada, sem padre por algum tempo. Houve um padre que ao deixar a cidade, tirou suas sandálias, delas tirou a poeira da estrada e amaldiçoou nossa cidade e seus políticos, apregoando que Nazaré nunca iria prosperar.
Durante o seu governo foram construídas inúmeras benfeitoria na cidade; o Cemitério Municipal, o prédio da Cadeia e da Câmara atual sede da Prefeitura, o prédio da Escola que hoje ostenta o seu nome “EEPSG Francisco Derosa”, calçada nas ruas e água encanada.
Com a Revolução de 1930, adveio o declínio da Guarda Nacional e de seus Coronéis, e Nazareth passou a ser governado pelo nomeado Antônio Rodrigues Bicudo. Derosa recolheu-se em seu sítio chamado de “Marmeleiro”, posteriormente de propriedade de Moacir Quírici, onde tinha muitas plantações de frutas e pastoreio de gado.
Derosa adoeceu e foi internado em 1938 no Hospital Santa Rita, em São Paulo, aonde veio a falecer em 21 de agosto de 1938. Foi sepultado aqui em Nazaré, com exéquias a expensas do Governo do Estado. Seu túmulo é o primeiro à esquerda após o portão de entrada do cemitério.
Em sua memória foi dado o seu nome à antiga Escola Reunida de Nazaré, atual EEPSG Francisco Derosa. Também foi dado o seu nome à antiga “Rua do Comércio”.
3. RUA CORONEL BENEDITO ANTÔNIO BUENO
Nesta matéria relatamos o resultado de pesquisa sobre a Rua Coronel Benedito Bueno, com dados e informações deste ilustre cidadão nazareano que levou e elevou o nome de nossa Nazaré Paulista para além das divisas do nosso país.
A rua se inicia na confluência com a Rua João Rodrigues dos Santos, na parte lateral do prédio da Prefeitura, logo após o Posto de Saúde e se prolonga por várias curvas até a sede do Quartel da Polícia Militar, onde tem início a Avenida Mathias Lopes.
Antes dessa denominação oficial, a rua no seu trecho inicial era chamada de “Rua do Mercado” em razão da existência de um posto da Prefeitura que comercializava a venda de óleo comestível, transladada de grandes vasilhames para os litros e garrafas levadas pelos moradores da cidade.
BENEDITO ANTÔNIO BUENO – Também detentor do título honorífico de Coronel da Guarda Nacional, aqui nascido em sete de novembro de 1849, ausentou-se de Nazaré Paulista bem jovem, indo para o Rio de Janeiro, onde cursou as aulas do Instituto Comercial, formando-se em 1872 naquele famoso estabelecimento de ensino, sendo recomendado elogiosamente pelo Governo Imperial.
O vereador nazareano Bento Gonçalves consignou as seguintes palavras em ata, por ocasião de homenagem prestada quando do seu falecimento em 27 de abril de 1922:
…” Em Copenhague, capital da Dinamarca, cerrou para sempre os olhos, o distinto nazareano, o Coronel Benedito Antônio Bueno. Exerceu diversos e importantes cargos públicos e eletivos, em todos sempre revelando muita competência, tendo sido, pelos relevantes serviços prestados, galardoado não só pelo nosso Governo, como pelo de outros países, com altas distinções honoríficas.
O desaparecimento desse ilustre conterrâneo, cujo nome de nossa terra ele soube tanto elevar e dignificar, conquistando pelos seus esforços as mais altas posições no seio da sociedade brasileira. Nazareth acaba, pois de perder na pessoa do Coronel Benedito Antônio Bueno, seu filho ilustre, apesar da longa ausência, jamais esqueceu a terra nata, à qual sempre dedicou o maior afeto.”
A Câmara de “Nazareth” aprovou o seguinte ato dando o seu nome a uma das principais ruas da cidade:
A Câmara Municipal de Nazareth decreta:
Art. 1º- A Rua do Mercado passa a denominar-se Rua Coronel Benedito Bueno.
Art.2º- Revogam-se as disposições em contrário.
Sala das Sessões, cinco de julho de 1922.
Na ata daquela sessão foi consignado voto de profundo pesar pelo falecimento daquele que tanto soube honrar e elevar o nome desta nossa terra. Manifestação da Câmara foi levada ao conhecimento de seu filho, o Exmo. Sr. Dr. Lucillo Bueno, na época, Encarregado dos Negócios do Brasil na Dinamarca.
Digno de registro e de elevado sentimento de orgulho a todos os nazareanos foi não só a carreira do pai, o Coronel Benedito Bueno, como também a de seu filho; Lucillo Antônio da Cunha Bueno; um nazareano que foi Embaixador do Brasil na Dinamarca, formado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e em letras pelo Colégio Pedro II, e dileto amigo do Duque de Caxias. Consta do Almanaque do Pessoal do Ministério das Relações Exteriores, de 1928, às páginas 190 e 191, que Lucillo desempenhou as seguintes funções:
-Auxiliar do Tribunal Arbitral Peruano – 1906,
-Encarregado de Negócios em Caracas, Venezuela – 1910-1913,
-Encarregado de Negócios em Montevidéu, Uruguai – 1918-1920, e
-Embaixador do Brasil em Copenhague, Dinamarca – 1921-1928.
Em outubro de 1922, o Prefeito de Nazareth comunicou o recebimento de duas placas de bronze com o nome do Coronel Benedito Bueno, ofertadas pelo seu filho Lucillo Bueno.
Em bonita matéria publicada pelo Jornal “O Atibaiense” em outubro de 1928, o articulista “Tio Joaquim” assim descreve:
“Nazareth, a humilde Nazareth que só tem beleza bíblica, deve se orgulhar de ter filhos como o Coronel Bueno e o Dr. Lucillo Bueno”.
A praça central de nossa cidade tem a denominação de um herói nazareano, “Praça Joaquim Francisco de Assis”. Soldado da antiga Fôrça Pública do Estado de São Paulo, atual Polícia Militar, morto na Revolução Constitucionalista de 1932.
4. RUA FRANCISCO RODRIGUES DOS SANTOS
Francisco Rodrigues dos Santos – “O Padre Chico”. Um dos mais ilustres filhos de Nazaré, inteligente, letrado e admirável orador. Falava, lia e escrevia em 12 línguas.
A Rua, em Nazaré:
Inicia-se na Rua Maria Teresa da Conceição, altura do nº 236, defronte ao Depósito de Gás, à vidraçaria e após o Restaurante Sinhá e a casa de antenas de Renato Barbosa, cruza com a Rua Antonio Buava e se estende até a Rua Jacob Rodrigues dos Santos, sede da Delegacia de Polícia. Uma rua de pequena extensão, residencial, sem estabelecimento comercial ou público, e consideravelmente diminuta em face da grandiosidade do personagem que lhe deu o nome, e, sem nenhuma placa indicativa.
A Rua em Atibaia:
Rua lateral à Estação Rodoviária que se estende até a Capela do Externato São José. A Câmara de Atibaia, pela Lei nº 0568/61 deu o seu nome à antiga Rua São Paulo.
FRANCISCO RODRIGUES DOS SANTOS:
Nazareano, filho do Coronel Antônio Rodrigues dos Santos e de Maria Tereza dos Santos, irmão de Carolina Rodrigues dos Santos que foi casada com o tenente João Rodrigues dos Santos Sobrinho. Criaram dois filhos, Miriam Nazaré e Hélio. Natural de Nazaré Paulista, nascido em 03 de fevereiro de 1887 e falecido em 11 de setembro de 1960, em Avaré, SP.
Ordenou-se sacerdote em 1910 pelo Bispo Dom José de Camargo Barros, de São Paulo. Celebrou sua primeira missa na Igreja de São Cristóvão, no Seminário da Av. Tiradentes, Bairro da Luz, em São Paulo. Além de excepcional ministro sacerdotal, doutorou-se em filosofia acumulando função de excelente professor em vários estabelecimentos de ensino. Transferido para Bragança Paulista, foi diretor do Colégio Diocesano São Luiz até 1912. Em 1916 foi nomeado Vigário da Paróquia de São João Batista de Atibaia, onde permaneceu até 1934. Sua passagem por Atibaia foi marcada por dinamismo, pois além das atividades religiosas, foi plena de realizações cívicas e de desenvolvimento à cidade; construiu a Casa Paroquial, reformou a Igreja do Rosário, fundou a Irmandade São Vicente de Paula, inaugurou o Santo Cruzeiro na Praça dos Três Poderes atrás da Prefeitura, e organizou a o Gabinete de Leitura, a 1ª Biblioteca Pública de Atibaia. Em1927 foi inaugurada a Estrada de São Paulo à Bragança, e Atibaia recebeu a visita do Presidente do Estado Júlio Prestes. Padre Chico foi escolhido para ser o orador em nome da cidade. E o discurso recebeu aplausos da multidão e do próprio Presidente, que empolgado desceu da varanda do Clube Recreativo e veio até a praça abraçar o padre nazareano. Prestou solidariedade aos combatentes das Revoluções de 1924 e de 1932, doando seu anel e fivela de ouro de seu sapato para a campanha “ouro para São Paulo”
Foi Vigário em nossa Paróquia de Nazaré em 1927, sendo substituído pelo Padre João Maria Valente. Neste ano, o Bispo D. José Maurício da Rocha nomeou-o como Cônego Honorário pela Sé de Campinas. Uma comissão de políticos Nazareanos, em 22 de novembro de 1927 foi até Atibaia para levar-lhe as saudações nazareanas. Na ocasião o Padre João Maria Valente o saudou com um discurso eloqüente, enaltecendo os predicados morais do santo e sábio sacerdote, dizendo:
“V. Excia é o melhor estímulo para os novos e a mais ridente glória para os mais velhos. Sois o exemplo e a vitória. Nazareth, a terra das flores, do sol deslumbrante e das paisagens feitas de luz e de saudade, o vosso berço e o vosso altar contempla desvanecida e orgulhosa a glória do filho extremecido.”
E o Padre Chico, comovido até as lágrimas, agradeceu num improviso, rico de imagens sublimes. Ele era conhecido e referido carinhosamente como o “Padre Chico”. Foi um exímio orador, jornalista, mestre e professor. Deixou discursos, poemas e obras musicais. Compôs o Hino a São João Batista.
O Padre Chico , em 1933, deixou o ministério sacerdotal e casou-se com Isaura Cardoso, mudando-se para Avaré, onde passou a lecionar. Ele deixou o ministério da Igreja mas não abandonou suas convicções religiosas. Alguns dias antes de falecer reconciliou-se com a Igreja Católica e foi sepultado em Avaré com suas vestes sacerdotais.
O escritor e professor João Batista Conte, fundador do Museu de Atibaia, descreveu em um de seus livros uma brilhante biografia do Padre e Professor Chico: “O Padre Chico que Atibaia conheceu”.
5. RUA PADRE NICOLAU
LOCALIZAÇÃO:
É uma das ruas mais compridas e antigas da nossa cidade. Ela se inicia desde a confluência com a Rua Coronel Benedito Bueno, onde se situa a lanchonete do Sr. João Turma e se estende até a Praça dos Expedicionários, onde se localiza o Mercado Souza Bueno, encontrando com a Rua João Rodrigues dos Santos (eram as ruas principais da antiga “Nazareth”, a Rua Direita e a Rua Triste).
Sua denominação inicial de “Rua Triste” era devida à ausência de estabelecimentos comerciais, ausência de iluminação elétrica ou à querosene e à característica simples e sombria dos seus casarões. Contava unicamente com duas farmácias, a do Sr. “Dito da Farmácia”, hoje inexistente, e a do Sr. Oliveira, Farmácia Santa Rita.
PADRE NICOLAU CARPINELLI:
Natural e ordenado padre na Itália, veio para o Brasil, sendo nomeado Pároco da nossa Igreja Nossa Senhora de Nazaré em 1865, permanecendo na sua administração até 1887.
Pouco se sabe deste sacerdote, de sua origem e ascendência; mas é perfeitamente presumível que tenha sido um padre profético e servidor de Cristo, servidor de Deus e servidor dos homens nazareanos, e, por um longo período, pois aqui permaneceu por longos 27 anos, sendo merecedor do nome de uma das principais ruas da nossa cidade.
Encontramos os seguintes registros do Padre Nicolau nos Arquivos da Cúria Metropolitana de São Paulo:
-21/Outubro/1881: “… recebeu do Presidente da Comissão encarregada das obras da Matriz numerário destinado ao pagamento de sacos de cal e para pagamento de serviços dos pedreiros: João Caetano Lima, João Manoel de Almeida e Albino José Barbosa…”. Indício de que promoveu a reforma da Igreja.
-9/Novembro/1879: …”Registrou compromisso dos Irmãos fundadores da Confraria de São Benedito, ereta na Vila de Nazareth. Possível data da implantação das famosas festas de São Benedito e de São Sebastião em nossa cidade, com os memoráveis desfiles e torneios de cavalos no pátio da Igreja.
Foram Irmãos fundadores:
-João Gonçalves de Oliveira,
-Joaquim Gonçalves de Oliveira,
-Matheus Antônio Pinheiro,
-José Gonçalves de Oliveira Sobrinho,
-José Cirino da Silva,
-Antônio Joaquim Rodrigues, e
-José Antonio Pinheiro.
Da família italiana Carpinelli, além do Padre Nicolau, nossa comunidade também desfrutou do convívio de um outro ilustre cidadão, o Professor Licínio Carpinelli, que, em 1920 foi diretor da atual Escola Francisco Derosa, provavelmente o seu primeiro diretor e dirigiu por longo tempo o Colégio Major Juvenal Alvim de Atibaia. Foi também Delegado de Ensino e Presidente do CPP, Centro do Professorado Paulista.
6. AVENIDA MATHIAS LOPES
Muito embora não se trate de rua e nem esteja situado dentro do perímetro urbano da cidade, mas é uma avenida da zona rural, um trecho da Rodovia SP 36, que liga a cidade de Nazaré, a partir da sede do Destacamento da Polícia Militar, até a divisa com o território do vizinho município de Bom Jesus dos Perdões, na estrada do bairro da Serra Negra.
Os diferentes trechos e denominações da SP-036:
Trata-se na verdade, da antiga estrada que, originada em Guarulhos vinha até Nazaré Paulista, continuava até Bom Jesus dos Perdões e prosseguia até Piracaia e à Joanópolis. No seu primórdio ela foi aberta pelos Bandeirantes em direção às Minas Gerais, posteriormente conhecida como “Caminho dos Cavaleiros” e que oficialmente consta nos mapas rodoviários como sendo a SP-36.
Curiosamente esta rodovia estadual, vem recebendo diferentes denominações em seus diferentes trechos; em 1988 a Lei Estadual nº 6.095 de 04 de maio lhe deu a denominação de Rodovia Juvenal Ponciano de Camargo, em homenagem a um dos pioneiros caminhoneiros a trafegar com caminhão por ela; em 08 de dezembro de 2005, outra lei estadual, nº 12.144, de autoria do deputado Estadual Eli Correa Filho, no meu entender, indevida e imprecisa, passou a denominar o trecho de Guarulhos até a divisa com Nazaré, em Tapera Grande, chamando-a de Rodovia Francisco de Almeida; a Câmara Municipal de Nazaré Paulista deu a denominação de Avenida Mathias Lopes ao trecho da antiga Estrada Velha de Nazaré à Perdões; em 1988 a Câmara Municipal de Bom Jesus dos Perdões oficializou o trecho da divisa com Nazaré (entrada do Bairro da Serra Negra) até a sua cidade como sendo Estrada Murillo de Almeida Passos, e o trecho da cidade de Perdões até o trevo da divisa com Piracaia passou a ser chamado de Avenida Tiradentes; Piracaia oficializou o trecho do trevo com a Rodovia D. Pedro até sua cidade de Rodovia Jan Antonin Bata. De Piracaia à Joanóplis recebeu o nome de Rodovia José Augusto Freire.
MATHIAS LOPES – O FUNDADOR DE “NAZARETH”
Bisneto do português Salvador Pires (o primeiro), que veio da cidade do Porto, junto com seu pai, o português João Pires, o gago, e que vieram ao Brasil em 1531 com Martim Afonso de Souza, o “Colonizador”.
Neto do segundo Salvador Pires (filho do primeiro) e de Méssia Fernandes.
Filho do português Mathias Lopes (o primeiro) e de Catarina de Medeiros.
Irmão de Antonio Lopes de Medeiros e de Zuzarte Lopes (o segundo).
Casado com Catharina do Prado (a segunda), filha de João Gago da Cunha e de Catharina do Prado (a primeira).
Pai de Catharina do Prado (a terceira) e de João Lopes de Medeiros.
Foram estes, Mathias Lopes (o segundo) e seu irmão Zuzarte Lopes (também o segundo) os fundadores de nossa Nazaré Paulista.
São vários os homônimos, pois era costume dar o mesmo nome dos pais a seus filhos, e todos vivendo em uma mesma época e lugar.
MATHIAS LOPES, o fundador de Nazaré, requereu em 1660 à edilidade de São Paulo de Piratininga, a concessão oficial de um “pedaço de terra” dos índios Guaramirins, onde desde 1653 já tinha a posse, tinha os seus currais e ranchos.
No ano seguinte, em 26 de março de 1661, uma outra área de duzentas braças, limitada com o rio chamado “Maquirobi”, também ocupada pelos índios Guaramirins lhe foi adjudicada. Foi nesta área que Mathias Lopes se fixara há mais de vinte e cinco anos, onde tinha a sua “roça de mantimentos, e que ele ergueu a sua capela votiva, núcleo da futura cidade de Nazaré Paulista.
A primeira folha do livro-tombo nº 1 da Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, redigido por volta de 1690 e arquivado na Biblioteca da Diocese de Bragança Paulista, assim registra:
“Esta Igre. é de invocasam de nosa Senhora de Nazareth, foi feita na era de mil seisentos e setenta e seis, mandoua fazer Mathias Lopes e seu Zuzarte Lopes”.
Nazaré Paulista deve reverência aos seus aos seus fundadores.
Nazareanos, ao transitarem pela Avenida Mathias Lopes, voltem seus pensamentos para aqueles que foram os primeiros, Matias Lopes e Zuzarte Lopes !
7. PRAÇA JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS
Esta praça está sediada na frente da atual sede da Prefeitura Municipal e se estende até a Rua Padre Nicolau, com frente à Farmácia Santa Rita. Era conhecida como sendo o “Largo Municipal” até que em 1º de setembro de 1922, por ocasião da celebração do primeiro centenário da Independência de nossa Pátria (sete de setembro de 1822) a Câmara Municipal de Nazaré Paulista, acolhendo indicação do vereador Antônio Pinheiro Mariano, aprovou a mudança da denominação de “Largo Municipal” para chamar-se, oficialmente, de “Largo da Independência”. Na exposição de motivos foi alegada a demonstração do júbilo do Município com a citada comemoração.
Lei Municipal de 01 de setembro de 1922: A Câmara Municipal decreta:
Art. 1º- O actual largo Municipal passa a denominar-se Largo da Independência.
Art. 2º – Revogam-se as disposições em contrário.
Em 1932, terminada a Revolução Constitucionalista de 1932, volta a nossa Câmara Municipal a alterar a denominação da “Praça da Independência” para “Praça Soldado Joaquim Francisco de Assis”, em homenagem ao insigne nazareano morto em combate.
SOLDADO JOAQUIM FRANCISCO DE ASSIS –Nazareano, nascido em 12 de novembro de 1897, residente no bairro do Cuiabá, filho de Joaquim Francisco de Assis e de Adelaide Maria de Jesus, casado com Sebastiana Rodrigues Pinheiro, sendo seu filho Benedito Duarte de Assis, conhecido como “Didito Catarina”.
Cinco anos após ter casado, tendo seu filho apenas três anos, alistou-se como soldado em 1932 na então Força Pública do Estado de São Paulo, atual Polícia Militar, e por ocasião da eclosão da Revolução Constitucionalista de 1932 integrou o 5º Batalhão de Caçadores Paulista, sediado em Taubaté, comandado pelo Major Inojosa, seguindo para lutar na frente de combate da região leste do Estado, onde em ferrenho combate sucumbiu ferido por um tiro mortal de fuzil, falecendo em 26 de agosto de 1932, na Fazenda Amarela, em Itapira, SP.
Homenagens Póstumas: O herói nazareano Joaquim Francisco de Assis não terá seu nome esquecido, pois tem o seu nome perpetuado na principal e central praça de nossa cidade, a praça da Prefeitura e dos bancos. Seu nome, foto e dados biográficos estão inseridos no livro “Cruzes Paulistas”, 1936, Revista dos Tribunais, página 236, no qual estão relacionados e homenageados todos os heróis que encontraram a morte nos vários campos de luta do “Movimento de 1932”.
Em 23 de maio de 1972, por ocasião da comemoração do 40º aniversário da Revolução, a Sociedade Veteranos de 32 promoveu comovente solenidade no Monumento Mausoléu de 32, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, em homenagem aos mortos em combate, ocasião e local onde foi e está depositada a urna contendo os despojos do Soldado Herói Nazareano Joaquim Francisco de Assis.
Nazaré Paulista, na época “Nazareth”, contou com inúmeros de seus filhos alistados e prestando serviços na Força Pública na época da Revolução de 32, assunto a ser abordado e registrado em matéria posterior. Nem todos eles participaram das frentes de combate, mas todos eles juraram e serviram com a maior glória para a normalização constitucional do país, enchendo de orgulho a nossa Nazaré Paulista e nosso Estado de São Paulo. A todos eles, bravos militares, devemos nosso preito de gratidão, de orgulho e de reverência. Foram exemplos de cidadania, de patriotismo, de amor cívico e brasilidade. Lição e incentivo às atuais e futuras gerações de nazareanos.
Ao Soldado Joaquim Francisco de Assis, herói nazareano que durante o fogo da trincheira, em meio a rude combate, tombou morto com o corpo varado à bala de fuzil e, cujo sangue tingiu o solo paulista, nosso preito de respeito e de admiração.
Seu corpo jaz no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, em São Paulo, sob um frio e cinzento granito, mas acalentado e velado por uma ardente e perene tocha acesa.
Nazareanos! Ao cruzarmos a praça central da cidade e olharmos a placa com o seu nome, lembremo-nos do cântico sacro: “Prova de amor maior não há, do que dar á vida pelo irmão”. E, mentalmente, ofereçamos nossa reverência e nossa continência.
8. PRAÇA MONSENHOR AFONSO
A Praça Monsenhor Afonso:
Está situada defronte a Praça Nossa Senhora de Nazaré, ou seja, é a única porção verde da área central da cidade, formada por duas quadras de jardins, gramadas e arborizadas, circundadas pelas Ruas Francisco Derosa e Padre Nicolau. Uma delas contem o Sanitário Público e a Repartição Eleitoral, a outra contem o Parque de Diversão Infantil, com suas frondosas árvores, mangueiras e palmeiras.
O Monsenhor Afonso Kurschewski:
O sacerdote que dirigiu por mais tempo ( 23 anos) a nossa Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré (de 1943 a 1967), e o Prefeito Municipal que com período de mandato curto e incompleto (1964 a 1967), é lembrado como tendo sido o Dirigente Espiritual mais virtuoso e o Chefe do Poder Executivo com a melhor administração de nossa cidade e município.
Nasceu na antiga Alemanha Oriental em 11 de março de 1913, estudou no Colégio de Stinfield, Renânia, vindo para o Brasil em 1935, ordenando-se padre em São Paulo em 1938. Retornou à Alemanha em 1939 e em Berlim celebrou a sua primeira missa. Em janeiro de 1940 voltou a imigrar-se para o Brasil, fugindo da guerra e da escalada nazista, oficiando em Igreja do Rio de Janeiro e em Itatiba, SP. Em dezembro de 1943 foi designado e empossado na Paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, em nosso Município, e aqui devotou toda a sua vida apostólica e sacerdotal, por longos 23 anos. Como pároco, além de sua abnegada atividade evangelizadora, deixou-nos a sua maior obra administrativa, a grande e esplendorosa reforma da Igreja Matriz , reformou, reformulou, extinguiu as alas superiores de madeira, transformou o barroco pelo clássico, adornou com imagens de santos em tamanho grande, clareou os ambientes escuros e ornamentou o teto do átrio com magníficas pinturas sacras, sobressaindo a da “ultima ceia”. Esta “grande reforma” iniciada em 1946 só foi concluída e inaugurada em 21 de novembro de 1953, quando o Bispo D. José Maurício da Rocha o promoveu a Monsenhor. Nessa ocasião foi gravada no interior da Igreja, na entrada à direita, uma placa de bronze comemorativa da inauguração, com palavras de reconhecimento:
“ Ao Ilmo. Revmo. Sr. Padre Afonso Kurschewski, nosso virtuoso vigário, escolhido pela vontade soberana da Virgem de Nazaré, para dirigir a realização desta milagrosa obra, a nossa profunda e respeitosa gratidão”.
O Prefeito Monsenhor Afonso:
Em outubro de 1963 foi eleito Prefeito Municipal com mandato previsto, de 1964 a 1968. Mesmo com os parcos recursos e pouca receita municipal realizou inúmeras obras: rede de esgoto, jardim da praça matriz, calçamento das então ruas de terras da cidade, aquisição de novos veículos, fundação da Assistência Social N. Sra. De Nazaré, criação da Banda Musical “São José”e construção de escolas nos bairros do Cuiabá, Itinga, Sertãozinho e Ribeirão Acima.
Oficiava missas nas capelas rurais, indo à cavalo, de charrete e posteriormente dirigindo seu jeep DKW, um dos primeiros em nossa terra. E dirigia em alta velocidade até que se acidentou, tombando-o.
Em 1967, em pleno mandato de Prefeito, adoeceu gravemente, internando-se no Hospital de Bragança Paulista, vindo a falecer em 15 de abril. Seu corpo foi enterrado no solo da Sacristia e posteriormente seus restos mortais foram transladados para uma urna depositada na parede lateral esquerda interna da Igreja.
Em 15 de abril de 1968, um ano após seu falecimento, a Prefeitura Municipal, através do seu substituto, Vice Prefeito Geraldo Ramos Gonçalves, erigiu um pedestal com um busto de bronze na Praça defronte à Igreja, “Largo da Matriz” e na Praça que detém o seu nome; Praça Monsenhor Afonso.
Em 2004/2005 foram restauradas as pinturas sacras da Igreja, reformada a urna mortuária e higienizados os ossos do Monsenhor. Nessa nova urna foram colocados seus dados biográficos, uma relação das pessoas que presenciaram o ato em 19 de março de 2005, sob a presidência do Padre José Carlos Ribeiro.
Em sua memória foi dado o seu nome da Escola Municipal “Monsenhor Afonso”.
“A Igreja, a Cidade e o Município muito se lhe devem.”
Como o Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas, ele deu o melhor de sua vida por Nazaré e pelos Nazareanos”
9. PRAÇA PRESIDENTE DUTRA
1. LOCALIZAÇÃO:
É a praça que contem somente uma casa, de número 23, limitada pela Rua Padre Nicolau e pela Praça Capitão José Francisco Pedroso, atrás da Igreja Matriz “Nossa Senhora de Nazaré”, contendo um canteiro com a antiga caixa d”água elevada sobre colunas de concreto.
A Praça teve seu nome oficializado pelo Decreto-Lei nº 39, de 14 de outubro de 1946, sancionado pelo Prefeito Municipal Narciso de Almeida:
Art. 1º – Fica denominada Presidente Eurico Gaspar Dutra, a praça que fica entre a Rua Padre Nicolau e a Praça Capitão Francisco Pedroso.
Em 17 de outubro de 1955, o Presidente da Câmara Municipal, Sr. João Ramos, promulgou a Lei nº 103, permutando o terreno da praça pertencente à municipalidade com o terreno situado na Praça Álvaro Guião, pertencente à Igreja, onde sediava a Capela da Santa Cruz, demolida em 1930. E nesta praça Presidente Dutra foi construído o Salão Paroquial, abolindo uma antiga e pequena rua sem nome, ao lado da propriedade de João Ramos.
“Art. 1º: – A Câmara Municipal de Nazaré Paulista, tendo em vista pertencer à municipalidade um terreno situado entre a Praça Nossa Senhora de Nazaré Rua Padre Nicolau, fronteiriço à Caixa D”água e divisando com propriedade do Sr. João Ramos, resolve pela presente lei, permutar com a fábrica da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré pelo terreno pertencente a esta, situado à Praça Álvaro Guião e na qual anteriormente a 1930 havia a Capela de Santa Cruz”.
2. EURICO GASPAR DUTRA:
16º Presidente do Brasil, de 1946 a 1951, nascido em Cuiabá, Mato Grosso, 1883, e falecido no Rio de Janeiro, 1974. Foi eleito por uma coligação partidária (PSD e PTB), com o apoio do ex-ditador Getúlio Vargas, de quem for Ministro da Guerra, atual Ministério da Defesa. Dutra iniciou a construção e inaugurou a Rodovia BR-2, ligando São Paulo ao Rio de Janeiro, atual Rodovia Presidente Dutra, duplicada em 1967.
Deu Inicio às primeiras refinarias de petróleo e a aquisição dos primeiros navios petroleiros. Proibiu os jogos de azar em 1946.
Em seu governo foi elaborada a Constituição de 1946, de caráter democrático.
10. PRAÇA JOSÉ FRANCISCO PEDROSO
(Nho JUCA PEDROSO)
- LOCALIZAÇÃO:
É a menor praça da nossa cidade. Situa-se atrás da Igreja Matriz “Nossa Senhora de Nazaré”, limitando-se com a Rua João Rodrigues dos Santos, defronte à sede do Correio e com o Salão Paroquial na ala direita da Praça Nossa Senhora de Nazaré. A Praça contem 6 (seis) casas, com numeração de 2 a 12. Possui bancos e modesto jardim. Outrora, tinha um coreto coberto e também uma construção que servia de caixa d’água da cidade, já demolidos. Não confundir com a caixa d’água elevada sobre colunas, existente na praça ao lado (Praça Eurico Dutra).
2. CAPITÃO JOSÉ FRANCISCO PEDROSO:
Nazareano, nascido em 1855 e falecido em 31 de janeiro de 1927. Foi um político atuante, de grande prestígio e benemérito de nossa terra. Exerceu as funções de Juiz de Paz, Intendente Municipal, Presidente da Câmara Municipal, Prefeito do Município, membro do Diretório Governista e tinha o posto de Capitão da Guarda Nacional.
O editorial do Jornal “A Folha” de 06 de fevereiro de 1927, em sua primeira página, assim se referiu a ele, por ocasião de seu falecimento:
…”Sua vida preciosa foi toda Ella dedicada ao bem, à prática de actos meritórios que o elevaram e dignificaram no conceito de seus cidadãos. Homem público, foi sempre recto no exercício de vários cargos que desempenhou. Rodeava-lhe a estima geral devido à lhaneza do seu trato e à bondade de seu coração. Caracter impolluto, mos seus actos eram refletidos, calmos, e jamais soube aninhar rancor contra adversários políticos. Nazareth muito deve à operosidade de seu filho e seu desaparecimento abre uma lacuna dolorosa em nossa terra. Seu enterro, após encommendação do corpo pelo Padre Francisco de Salles Gollo Ferro foi acompanhado pela Irmandade do Santíssimo, da qual ele fazia parte e pela Corporação Musical S. Cecília. Sobre o féretro viam-se as coroas: “Ao bom amigo Jucca Pedroso, homenagem do Derosa e família”, “ao querido companheiro, homenagem da Câmara Municipal”.
A Câmara Municipal, em sinal de pesar, mandou hastear a bandeira em funeral por três dias.
O vigário Padre Francisco Golle Ferro escreveu brilhante homenagem à sua memória cujo trecho é transcrito: …”A humildade, a abnegação, a modéstia e todas as virtudes christãs, ganharam-lhe tanta estima e popularidade, que, nós pelos poucos dias que aqui cheguei, delle ouvi dizer: “ser o pae dos pobres, o amigo de todos. E concluía: “Nho Jucca, o povo de Nazareth, beija-te as mãos, e eu beijo-te a veneranda fronte”.
11. PRAÇA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ
- LOCALIZAÇÃO:
É a Praça situada defronte a Igreja Matriz Nossa Senhora de Nazaré, abrangendo também as laterais esquerda e direita da mesma. Pela ala esquerda inicia-se no nº 31, passando pela Casa Paroquial, pela Travessa Francisco Mathias, pelo Consultório Odontológico Hacl e terminando no nº113 quando se inicia a Rua João Rodrigues dos Santos, antiga “Rua Direita”. Pela ala direita inicia-se no nº 14 e termina na sede do Salão Paroquial, limitando-se com a Praça José Francisco Pedroso e com a antiga Caixa d´água.
- HISTÓRICO:
É a mais antiga e a principal praça da nossa cidade. Nasceu com a construção da primeira capela de Nossa Senhora de Nazaré, no topo da montanha que foi aplainado por enxadas, enxadões, arados, carroças de muares e carros de boi. Foi palco das reuniões e festejos da nossa tradição religiosa. Os nazareanos mais antigos devem se lembrar do seu coreto, do chafariz, do pátio de terra e chão batido, onde os meninos praticavam as “peladas”; das festas em louvor a São Benedito, quando os cavaleiros , um a um galopavam até a frente da Igreja onde ficava o “Rei da Cavalhada”, um senhor negro, idoso, chamado “Dito Cunha”, com uma coroa dourada na cabeça, montado em seu cavalo todo enfeitado com rosas artificiais vermelhas, e à sua frente era disputado e premiado o animal que “empinasse” mais alto, “virando nos pés”, sem que seu cavaleiro caísse.
E as missas campais, o início das procissões e alvoradas, as barracas de comerciantes em dias de festa e a da Igreja. E era nessa praça, em volta da Igreja que as moças e moços passeavam com suas melhores roupas aos domingos e que resultavam nos namoros e casamentos. E havia o serviço de alto-falantes com um bom acervo de discos, cujas músicas eram oferecidas aos aniversariantes.
Ultimamente o Salão Paroquial, sito ao final da ala direita, tem sido destinado às reuniões pastorais, aos encontros de noivos e nas novenas da Festa do Divino, após as alvoradas e caminhadas onde é servido o tradicional “café com paçoca de amendoim”.
Quanto de história transcorreu-se nessa praça; quantos casamentos, batizados e até enterros foram efetuados no seu pátio, pois foi o primitivo cemitério de que se tem notícia. Quanta lembrança dos jogos e brincadeiras de nossa infância; os jogos de bolinhas de gude, de vira-pião, de “salva”, de esconde-esconde, e dos seus velhos casarões, todos eles não preservados, com suas grandes janelas e portas, com seus postes de iluminação à querosene, suas grandes árvores e suas grades de canos no seu entorno.
São gratas recordações, mas nos alegra mais ainda ver sua característica atual, seu gramado, seu pátio e suas concentrações e sua barraca de pastel.Só o céu e a Nossa Senhora devem ter registros do que representou e representa a Praça Nossa Senhora para a história de nosso Município e da nossa Cidade
12. PRAÇA ÁLVARO DE FIGUEIREDO GUIÃO
- LOCALIZAÇÃO:
É a praça situada na frente da Escola Estadual de 1º e 2º Grau Francisco Derosa, limitando-se com a Avenida Vicente de Paula Penido e com a Rua Marciano Miguel de Moraes, conhecida como Praça Álvaro Guião.
- HISTÓRICO:
Até o ano de 1930, a parte baixa da cidade era contemplada com uma segunda Igreja, denominada “Capela da Santa Cruz”, freqüentada desde os tempos antigos pelos escravos e chamada de Igreja de Nossa Senhora dos Homens Pretos. No local havia também um cruzeiro, o que dava o nome ao local de “Praça do Santo Cruzeiro”. O terreno, o cruzeiro e a capela de propriedades da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, sendo que também se situava atrás da Escola o Cemitério da Paróquia, e que também passou a ser sede do antigo Campo de Futebol da cidade. Não se conhece a data em que a Capela e o cruzeiro foram demolidos.
Em 1940, o Prefeito Municipal Valabonso Cândido Ferreira, através do Decreto-Lei nº4, de 22 de junho, alterou a denominação da Praça do Santo Cruzeiro para “Praça Dr. Álvaro de Figueiredo Guião”, em homenagem a este servidor da Secretaria Estadual de Educação, que atendendo pedido da comunidade nazareana, evitou o fechamento da então “Escola Reunida de Nazaré”.
Embora demolida a Capela e o Santo Cruzeiro, o terreno ainda pertencia à Igreja Matriz, indiretamente à Diocese de Bragança Paulista. Assim, em 17 de outubro de 1955, o então Presidente da Câmara Municipal, Sr. João Ramos, através da Lei nº 103, efetuou a permuta daquela praça pertencente à “Fabrica da Matriz” com o terreno pertencente à municipalidade fronteiriço à Caixa d’Água, atrás da Igreja Matriz, onde foi edificado o “Salão Paroquial”.
Lamenta-se que não tenhamos fotos ou documentos da antiga Capela da Santa Cruz e do “Santo Cruzeiro”.
Atualmente a Praça “Álvaro Guião” é local de apresentações e shows do município, contendo um palco permanente.
13. AVENIDA VICENTE DE PAULA PENIDO
- LOCALIZAÇÃO:
Esta avenida tem início na Rua Marciano Miguel de Moraes, limitando-se com a Praça Álvaro Guião e seguindo até a entrada do Cemitério Municipal, passando pela sede da Câmara e do Velório Municipal.
- HISTÓRICO:
Inicialmente, como acontece em quase todas as cidades interioranas, esta avenida era denominada de “Avenida da Saudade”, por ser a via que dá acesso ao cemitério. Esta foi a primeira denominação que lhe foi dada por Lei decretada pela Câmara Municipal e promulgada pelo Prefeito Municipal em 30 de setembro de 1948.
Por volta do ano de 1974, com a conclusão da barragem da Represa Atibainha, obra esta efetuada pela empresa “Serveng Civilsan”, a Câmara e a Prefeitura Municipal, em reconhecimento aos vários benefícios realizados por aquela empresa ao nosso Município, inclusive pelo asfaltamento da Avenida da Saudade, alteraram a sua denominação para “Avenida Serveng Civilsan”.
Em 1984, com o recente falecimento do Diretor da empresa Serveng Civilsan, Dr. Vicente de Paula Penido, e em reconhecimento à ajuda e apoio dado pelo extinto à futura sede do Clube Alvorada de Nazaré, novamente a Câmara aprovou a alteração da denominação daquela avenida para “Avenida Comendador Vicente de Paula Penido”.
Nesta avenida situam-se, além da Câmara e do Velório, a entrada lateral da E. E.P.S.G. “Francisco Derosa”, do Ginásio de Esportes “João Ramos Pinheiro”, da Igreja Congregação Cristã no Brasil” e da sede da antiga Assistência Social Nossa Senhora de Nazaré, atualmente denominada de “Creche Municipal Gonçalo Pinheiro”.
Às quintas-feiras são realizadas as feiras-livres com intenso movimento comercial de frutas, verduras, alimentos, brinquedos e roupas feitas.
14. PRAÇA DOS EXPEDICIONÁRIOS
15. PRAÇA DA INDEPENDÊNCIA
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