UM NAZAREANO QUE COMANDOU A FÔRÇA PÚBLICA
CORONEL JOSÉ THEÓPHILO RAMOS (1895-1973)
UM NAZAREANO QUE COMANDOU A FÔRÇA PÚBLICA
Dados Biográficos:
Nasceu em Nazaré Paulista no bairro do Guavirutuva em 05 de março de 1895, filho de José Ramos de Almeida (Nhô Juca Ramos) e Maria Francisca de Oliveira, casado com Julieta Peçanha Ramos, natural de Piracaia, tendo os filhos Lígia Ramos e José Teófilo Ramos Filho.
Seu irmão, Napoleão de Almeida, também nazareano e também galgou o posto de coronel da então Fôrça Pública, atual Polícia Militar do Estado de São Paulo.
O Coronel Theóphilo faleceu em São Paulo em 3 de março de 1973, sendo enterrado no Cemitério da Consolação, com a presença, acompanhamento e reverência de inúmeros companheiros da corporação.
O Alistamento na Fôrça Pública:
Aos 17 anos de idade foi levado a São Paulo pelo político nazareano Luiz Rodrigues dos Santos, onde se alistou no 2º Batalhão de Caçadores da Fôrça Pública, em 27 de março de 1912, contra a vontade de seus pais. Um ano antes o seu irmão já havia também se alistado no 1º BC da Fôrça Pública.
As Promoções e os Cursos:
Como Praça: Como Oficial:
-a Anspeçada: janeiro de 1913 -a 2º Tenente: abril de 1919
-a Cabo: abril de 1913 -a 1º Tenente: novembro de 1924
-a 3º Sargento: outubro de 1913 -a Capitão: julho de 1925
-a 2º Sargento: março de 1914 -a Major: janeiro de 1928
-a Tem. Cel. Junho de 1932
-a Coronel: agosto de 1939
Em 1917 prestou exame e ingressou no Curso Especial Militar, atual Academia do Barro Branco, sendo declarado Aspirante a Oficial em 1918, com a média 8,15.
Em 1920 freqüentou a Escola de Aviação da Fôrça Pública, e em 1938 o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais.
As Unidades onde serviu e comandou:
-2º Batalhão de Caçadores
-Escola de Aviação
-4º Batalhão de Infantaria
-1º Regimento de Cavalaria
-Centro de Instrução Militar
-7º Batalhão de Caçadores Paulista
-1º Batalhão de Caçadores Paulista
-Serviço de Intendência
-Quartel General
Funções exercidas:
-Foi Comandante do 1º, 2º e 4º Batalhão de Caçadores, Subcomandante do Regimento de Cavalaria e do 7º Batalhão, Diretor de Centro de Instrução Militar, Chefe do Serviço de Intendência, Inspetor Administrativo e Chefe do Estado Maior da Fôrça Pública.
-Exerceu o cargo de Juiz e Presidente Interino do Tribunal de Justiça Militar do Estado, substituindo os afastamentos do titular, em especial do Juiz Coronel José de Anchieta Torres.
-Foi Comandante Geral Interino da Fôrça Pública, substituindo temporariamente e por diversas vezes vários Comandantes Gerais, dentre os quais o General Mário Xavier em 1941 e outros em 1942, 1943, 1944, 1945 1946 e 2947.
Revoluções, Campanhas e Operações de Guerra:
1-1922: Embarcou com o 2º Batalhão com destino á fronteira do Estado de Mato Grosso, em defesa da ordem seriamente perturbada por tropas do E.N. chefiadas pelo General Clodoaldo da Fonseca.
2-Julho/1924 a maio/1925: Revolução de 24 –Paraná, Santa Catarina –Como Tenente e achando-se dispensado em Nazaré, e irrompendo um movimento revolucionário na Capital, apresentou-se em Campinas. Foi designado para comandar a Cia. Que defendia o Palácio dos Campos Elíseos.Seguiu com seu Batalhão ao Paraná, cooperando com tropas do Exército, combatendo em Ponta Grossa, Prudentópolis, Garapuava, Rocinha, Isolina, Formigas, Roncador, Catanduvas, Tormentinhas, Silveira, atingindo Foz do Iguassú, sempre em perseguição aos rebeldes. Em maio recolheu-se para São Paulo, via Porto Epitácio.
3- Agosto/1926 a março/1927– Coluna Prestes –Mato Grosso e Goiás- Como Capitão, perseguiu os rebeldes passando por Vianópolis, Santa Luzia, Rio da Lage, RioAreia, Rio dos Portos, Santana, Gomes, Jacaré, Buriti Bravo, Pilar, Guarino, Morro Agudo, Roncador e a Capital de Goiás. De 30 de novembro a 31 de dezembro seguiu com destino ao Mato Grosso continuando a perseguição aos rebeldes.
4- Outubro a Novembro/1930– Revolução de 30– Itapetininga. Como Major e Subcomandante do 1 Regimento de Cavalaria, seguiu em operações de guerra para Itapetininga, regressando a 3 de novembro.
5-10 de julho a 5 de outubro de 1932– Revolução de 32-Como Tenente Coronel e Comandante do 2º Batalhão de Caçadores Paulista seguiu com sua Unidade para Mogi das Cruzes, Guaratunguetá onde foi designado Comandante daquela Praça Militar. Seguiu para o norte, assumindo a direção da linha de frente do Túnel-Passa Quatro, onde se deram as mais cruentas batalhas contra as tropas federalistas. Finda a revolução, recolheu-se à capital em 5 de outubro.
Elogios:
Por todas essas atuações em campanha, o Cel Theóphilo conta em seus assentamentos com inúmeros elogios do Governo Federal, Estadual, General Abílio de Noronha, Cmt da 2 RM (Campanha de 22), do Presidente do Estado e Secretário da Segurança, General Azevedo Coutinho e Ministro da Guerra (pela tomada do reduto de Catanduvas).
Ao ser transferido para a reserva, a pedido, em 7 de maio de 1947, foi publicado em Boletim Geral da Corporação, extenso e significativo elogio e agradecimento consignado pelo Comandante Geral, salientando as excepcionais qualidades reveladas, por suas sucessivas promoções por merecimento e pelas participações em todas as campanhas que a Fôrça Pública foi chamada a intervir. Foram citadas as seguintes virtudes:… “Chefe bravo, instruído, ponderado, digno defensor destemido dos direitos de seus camaradas de armas, fidalgo, íntegro, despido de vaidades, simples, honesto até a inflexibilidade, sincero, leal no procedimento, atitudes claras, vontade firme, elevada capacidade de trabalho, honestidade e competência. Compreensivo e humano em suas decisões. É um padrão moral da Fôrça Pública.”…
As vindas a Nazaré:
Os jornais de Nazaré “A Folha” e o”Município”, rivais entre si, eram unânimes em registrar notas de satisfação e de orgulho do povo nazareano por ocasião das vindas do Cel. Theóphilo à sua cidade natal, onde após visitar seus parentes ficava hospedado na casa de Luiz Rodrigues dos Santos.
Conta-se que nessas ocasiões, era considerado feriado no Município, os funcionários deixavam o trabalho para recepcionar e cumprimentar o conterrâneo visitante. E havia sessão especial na Câmara e às vezes era oferecido um lauto banquete.
“A Nação, o Estado, as Forças Armadas, a Fôrça Pública, a Polícia Militar e a história brasileira muito se lhes devem !”
E Nazaré e os nazareanos muito se orgulham deste seu filho e irmão!
Nazaré Paulista, maio de 2013
Oscar Teresa Pinheiro do Carmo
Nazaré Paulista, maio de 2013
Oscar Teresa Pinheiro do Carmo
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